Calçada Romana
Nas invasões romanas, os Lusitanos, comandados por Viriato, tinham os seus exércitos posicionados em locais estratégicos para travar a progressão dos soldados romanos, locais esses que deram origem às localidades com nome de Travanca. Só existem Travancas a Norte da Serra da Estrela, a Sul estavam os mouros. Travancinha era o local de uma posição avançada dos Lusitanos para um primeiro embate com os romanos, daí chamar-se Travanquinha, diminutivo arcaico de Travanca, derivando, posteriormente, para Travancinha.
A calçada romana de Travancinha fazia parte da estrada romana (Via Araocelum ad civitas Bobadela) que ligava Mangualde (araocelum) a Bobadela (municipium) passando por: Nelas, Caldas da Felgueira, Seixo, Ponte do Buraco, Travancinha, Lagares e Travanca.
Cruzeiro Duplo Centenário
Desconhece-se a data da sua construção, mas tudo leva a crer ter sido erigido no ano de 1840.
Em 1940, ano em que Salazar, aproveitando as comemorações do duplo centenário nacionalista, para a propaganda das virtudes do regime, decidiu lançar um conjunto de comemorações patrióticas por todo o país. Foram criadas as chamadas “Comissões das Comemorações Centenárias” que diligenciaram no sentido da construção dos “Cruzeiros da Independência”, com o objectivo de multiplicar os cruzeiros do duplo centenário já existentes.
O cruzeiro do duplo centenário de Travancinha era um dos que já existia para comemorar a Fundação da Nacionalidade em 1140 e a Restauração da Independência em 1640.
No ano de 1940 foi alvo de restauro, e inscrição do ano numa das quatro faces do último degrau do pedestal.
Está localizado frente ao santuário de Nossa Senhora das Virtudes.
Pelourinho
O Casal ainda conserva o seu pelourinho, construído na sequência do foral manuelino, mas aparentemente mais tardio, e que terá sido levantado diante da casa da antiga Comenda. Conta-se dele que era primitivamente de madeira, como aliás sucedia frequentemente ao longo da Idade Média, e que, após tentativa de roubo, foi substituído pelo modelo em cantaria.
Sobre ele alguém deixou escrito: “O Pelourinho era de madeira, e, como Vila Nova (Tazem) se houvesse julgado com direito aos bens da casa arruinada pela política da época, como filho mais poderoso, veio buscá-lo. Carregou-o num carro de bois e ia-se embora com ele. Era Verão e a gente, dispersa pelos campos, tinha deixado o burgo deserto. A não ser a petizada que se divertia, todos trabalhavam deitando água às hortas. Mas, alguém que apareceu, lembrou-se de tocar os sinos a rebate e o povo acorreu pressuroso ao chamamento, em defesa do seu património artístico. Lá, já longe, quando o povo se juntou com alarido e pronto a castigar o desacato, houve pancadaria da rija, e os de Vila Nova voltaram derrotados. E para que não fosse possível repetir a proeza, trabalharam, em bom granito da região, um Pelourinho e ergueram-no em frente da casa da Comenda”, em sítio amplo e central, como todos os Pelourinhos, símbolo do poder judicial do concelho.
Hoje sem essa amplitude e centralidade, pois, foi construída, depois da década de sessenta do século passado, uma casa em cima dos seus degraus, que ficaram parcialmente integrados na mesma. Ainda se encontra nessa situação.
O pelourinho possui um soco de quatro degraus quadrangulares de aresta, sobre uma plataforma em pedra aparelhada. A coluna assenta directamente sobre o último degrau, elevando-se em fuste liso e oitavado, resultante do chanfro das arestas de um pilar quadrado. Não existe capitel, mas apenas remate, constituído por um bloco prismático com faces decoradas por relevos heráldicos e ornamentais. Em duas faces opostas destacam-se dois escudos nacionais pouco legíveis, e nas outras representam-se motivos geométricos integrando uma flor-de-lis. É encimado pela base de um pináculo truncado.